Grandes lendas do futebol nos deixaram na última década. Conheça um pouco mais sobre vida e carreira de seis figuras que deixaram seu legado

Nos últimos dez anos, grandes ídolos do futebol morreram e deixaram milhões de fãs "órfãos", representando perdas inestimáveis no esporte. Apesar disso, serão lembrados por suas contribuições dentro e fora de campo, com histórias marcantes e legados inesquecíveis.

Para os brasileiros, a perda de Pelé foi uma das mais impactantes, já que o Rei era o maior ídolo do futebol nacional, além de ser uma figura marcante no cenário mundial. Com diversos recordes no currículo, ainda é o único a ter três títulos de Copa do Mundo (FIFA).  

Neste artigo, vamos homenagear e relembrar seis ídolos do futebol que partiram nos últimos anos, celebrando suas vidas e carreiras. Confira! 

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1 - Franz Beckenbauer (2024)

Franz Beckenbauer, um dos ídolos do futebol que morreram na última década
Franz era chamado de "der Kaiser", que em tradução significa "O Imperador" (Foto: Reprodução/ Internet)

Natural de Munique, na Alemanha, Franz Beckenbauer é um dos ídolos do futebol que partiram nos últimos 10 anos. Entre os nomes aqui listados, foi o que faleceu de forma mais recente: em janeiro de 2024.

Apelidado como “der Kaiser” - que em tradução do alemão significa “O Imperador” - é considerado um dos maiores jogadores de todos os tempos, além de ser um dos seletos nove que conquistaram Copa do Mundo, Copa dos Campeões Europeus e Bola de Ouro.

Carreira

Beckenbauer começou sua carreira nas categorias de base do SC 1906 München antes de se juntar ao Bayern de Munique, em 1959.

Fez sua estreia no time principal do Bayern, em 1964, quando o clube ainda estava na segunda divisão alemã.

Enquanto atuou no Bayern, contribuiu para a conquista de vários títulos para o clube, entre eles:

  • 4 Campeonatos Alemães (Bundesliga): 1969, 1972, 1973, 1974
  • 4 Copas da Alemanha: 1966, 1967, 1969, 1971
  • 3 Copas dos Campeões da Europa (atualmente Liga dos Campeões): 1974, 1975, 1976
  • 1 Taça Intercontinental: 1976
Franz Beckenbauer, um dos ídolos do futebol que morreram na última década
Foto: Reprodução/ Christof Stache/ AFP

 Um de seus momentos mais célebres foi em 1970, durante uma semifinal de Copa do Mundo. No jogo contra a Itália, durante o segundo tempo, enquanto tentava cavar um pênalti, Beckenbauer acabou caindo de mau jeito sobre seu braço direito, que acabou sendo deslocado.

Como o técnico alemão Helmut Schön já tinha feito todas as substituições possíveis do jogo, o jogador continuou em campo, suportando a dor para lutar por sua seleção.

Após um empate nos últimos instantes do segundo tempo, Beckenbauer ainda disputou a prorrogação com uma tipóia improvisada no braço.

Não teve jeito - naquele ano a Itália saiu vencedora do torneio, mas o atleta conquistou os holofotes e saiu como um verdadeiro campeão.

Ídolo não apenas dentro de campo, também se destacou como técnico e dirigente, quando treinou a seleção da Alemanha Ocidental e a levou ao título da Copa do Mundo de 1990 - além de outros títulos importantes em sua nova carreira.

2 - Pelé (2022)

Pelé, um dos ídolos do futebol que morreram na última década
Rei Pelé é considerado o maior jogador da história (Foto: Reprodução/ Conmebol)

Um ídolo sem precedentes, Pelé é referência para jogadores de todas as gerações, de todos os países e, principalmente, para pessoas que apenas apreciam um bom futebol.

Intitulado “Rei” por seus fãs, faleceu no fim de 2022, aos 82 anos de idade, após a progressão do câncer no cólon, associado à sua condição clínica já debilitada. O Rei partiu, mas seu legado é eterno.

Assim como influenciou o futebol de milhares de jogadores pelo mundo, continuará sendo referência para crianças e aqueles que desejam iniciar no esporte. Entre os ídolos do futebol que partiram nos últimos 10 anos, Pelé é um dos que permanecerá sempre vivo na história.

Carreira
Pelé, um dos ídolos do futebol que morreram na última década
Foto: Reprodução/ Franck Fife, AFP

 Edson Arantes do Nascimento, nome verdadeiro do Rei, deu início à carreira de jogador ainda muito cedo - quando tinha apenas 10 anos.

Em campo, já se mostrava um prodígio. Para se ter ideia, enquanto atuou no infanto-juvenil do Bauru Atlético Clube, em São Paulo, conquistou o bicampeonato em 1954 e 1955.

O destaque profissional veio em sua atuação no Santos, onde começou a se destacar como promessa do futebol nacional. Ao longo da carreira no clube, foi:

  • Bicampeão da Taça Libertadores da América (1962 e 1963)
  • Bicampeão Mundial de Interclubes (1962 e 1963)
  • Campeão da Taça de Prata (1968)
  • Cinco vezes campeão da Taça Brasil (1961, 62, 63, 64 e 65)
  • Quatro vezes campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa/Rio-São Paulo (1959. 1963,1964 e 1966)
  • 25 títulos de torneios no exterior

Na Seleção Brasileira, fez sua estreia em 1957,quando tinha apenas 16 anos. No ano seguinte, em 1958, já participou da Copa do Mundo usando a camisa de número 10, que se tornou sua marca.

Para se ter ideia, Pelé foi (e ainda é) o único jogador a ser tricampeão da Copa do Mundo, vencendo em 1958, 1962 e 1970. Contando gols oficiais, também carrega o título de segundo maior goleador da história da Seleção Brasileira, com 77 gols em 92 jogos.

3 - Gerd Müller (2021)

Gerd Müller, um dos ídolos do futebol que morreram na última década
Ídolo do futebol, deixou grande legado ao futebol europeu (Foto: Reprodução/ Picture-Alliance, AFP)

 Ídolo do futebol alemão, Müller teve uma trajetória brilhante junto ao Bayern de Munique, além de ter conquistado marcos incríveis ao atuar ao lado da Seleção Alemã, especialmente em jogos de Copa do Mundo.

Ainda em 2015, foi anunciado que o ex-atleta sofria com a doença de Alzheimer. Desde então, passou a viver em uma casa de repouso na cidade alemã de Wolfratshausen, onde faleceu em 2021, aos 75 anos.

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Carreira

Entre os ídolos do futebol que partiram nos últimos 10 anos, o alemão Gerd Müller também é um destaque. Entre os anos de 1960 e 1970, fez história e deixou sua marca no futebol europeu.

Durante sua participação na Copa do Mundo de 1970, se consagrou artilheiro do torneio, com nada menos que 10 gols.

Gerd Müller, um dos ídolos do futebol que morreram na última década
Foto: Reprodução/ Internet

 Mesmo que o feito não tenha levado a Alemanha ao título - já que o Brasil foi o campeão daquele ano - ainda assim alcançou um grande feito. Ao todo, marcou 14 gols durante suas participações em Copas.

Para se ter ideia, Müller foi superado apenas em 2006, por Ronaldo Fenômeno, quando marcou 15 gols na Copa. Hoje, o título fica com Miroslav Klose, que tem 16 gols marcados em quatro edições disputadas.

Além disso, também vale mencionar que o atleta alemão foi um dos sete atletas a marcar mais de 700 gols em carreira: foram 566 pelo Bayern, e 365 gols pela Bundesliga.

4 - Diego Maradona

Diego Maradona, um dos ídolos do futebol que morreram na última década
Maradona é referência do futebol argentino e mundial (Foto: Reprodução/ Internet)

Considerado um dos maiores nomes do futebol e ídolo supremo argentino, Diego Maradona faleceu em 2020, aos 60 anos de idade.

Duas semanas após fazer uma cirurgia no cérebro, não resistiu a um mal súbito, após uma parada cardiorrespiratória. Sem dúvidas, foi uma das maiores perdas do futebol mundial.

Carreira

Não à toa, Maradona foi considerado um dos maiores jogadores do mundo. Ao longo de sua trajetória vestiu sete camisas: Argentinos Juniors, Boca Juniors, Barcelona, Napoli, Sevilla, Newell’s Old Boys, além é claro, da Seleção Argentina.

Sua temporada na Itália foi a mais vitoriosa, quando conquistou títulos inéditos da Série A e Copa da Itália ao lado dos napolitanos.

Diego Maradona, um dos ídolos do futebol que morreram na última década
Foto: Reprodução/ Internet

 Também não dá para esquecer das Copas do Mundo. “El Pibe de Oro” - como era apelidado - jogou nas edições de 1982, 1986, 1990 e 1994.

Também poderia ter participado em 1978, mas acabou sendo cortado. Saiu vitorioso no ano de 1986, quando levou o título de campeão do mundo junto à Argentina.

Após encerrar sua carreira como jogador, Maradona também se aventurou como técnico, sendo que sua experiência mais notória foi em 2010, como treinador da Seleção Argentina na Copa do Mundo, na África do Sul.

Sem dúvida, um dos ídolos do futebol que partiram nos últimos anos que mais faz falta ao futebol mundial.

5 - Johan Cruyff (2016)

Johan Cruyff foi um dos grandes ídolos do futebol que já morreram
Cruyff ficou conhecido por seu conceito de "futebol total" (Foto: Reprodução/ Dutch National, Archive)

 Se o assunto são os ídolos do futebol que partiram nos últimos 10 anos, não dá para deixar de falar do excepcional Johan Cruyff. Nascido em 1947, nos Países Baixos, faleceu em 2016 devido a um câncer de pulmão.

Conhecido por seu conceito de “futebol total”, foi um dos maiores jogadores e treinadores da história do futebol, conhecido por revolucionar o jeito de jogar, em uma abordagem tática que enfatizava a posse de bola e versatilidade em campo.

Carreira
Johan Cruyff foi um dos grandes ídolos do futebol que já morreram
Foto: Reprodução/ Internet

 Cruyff também iniciou a carreira muito cedo; com apenas 10 anos de idade já jogava pelo Ajax, e estreou no time principal aos 17 anos - um ano antes da chegada do técnico Michels que, mais tarde, foi responsável por convencer o atleta a assinar com o Barcelona em crise, mesmo já sendo reconhecido como o melhor jogador do continente.

Enquanto isso, os dirigentes do Ajax organizavam uma negociação com o Real Madrid - que na época, já era considerado um dos maiores clubes da Europa. Com apoio de Michels, Cruyff seguiu para o Barça, onde mostrou o que realmente sabia fazer.

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Apenas para se ter uma ideia, o jogador comandou uma goleada de 5 a 0 contra o arquirrival do time. Ainda em sua primeira temporada, também contribuiu para que o clube catalão saísse de uma sequência de 14 anos sem vencer a La Liga. A verdade é que foi o grande responsável por recuperar a autoestima do time.

Como treinador, sempre tentou repassar aos jogadores suas perspectivas em relação a como conduzir um jogo - o que certamente influencia até hoje a forma como os atletas europeus se comportam dentro de campo. Entre seus principais títulos, estão:

  • Copa dos Campeões da Europa: 1970-71, 1971-72, 1972-73 (Ajax)
  • La Liga: 1973-74 (Barcelona)
  • Bola de Ouro: 1971, 1973, 1974

6 - Eusébio (2014)

Eusébio, um dos ídolos do futebol que morreram na última década
Eusébio é reconhecido com um ídolo português (Foto: Reprodução/ Internet)

Conhecido como o “Pantera Negra”, Eusébio também é um dos ídolos do futebol que partiram nos últimos 10 anos, considerado um dos maiores nomes do futebol português.

O ex-atleta faleceu em 2014, vítima de uma insuficiência respiratória, pouco antes de completar seus 72 anos de idade.

Carreira

Natural de Moçambique, se apaixonou pelo esporte muito cedo e começou a praticar com vizinhos da rua, até entrar em uma equipe de bairro conhecida como “Os brasileiros”.

Mais tarde, tentou a sorte no Sporting de Lourenço Marques, filial dos leões de Lisboa. Foi lá que conseguiu conquistar os primeiros feitos de sua carreira e ganhar destaque .

Não demorou muito até que suas exibições começassem a chamar atenção em Portugal. Sporting e Benfica deram início a uma forte disputa pelo jogador, sendo que o Benfica acabou levando a melhor, principalmente devido a promessa feita por Dona Elisa - mãe de Eusébio - que prometeu que o filho atuaria no clube.

Eusébio, um dos ídolos do futebol que morreram na última década
Foto: Reprodução/ Denis Balibouse, Reuters

 Junto ao time, marcou um gol contra o Belenense e levou o Benfica a vencer por 4 a 0 - quando conquistou a Taça dos Campeões Europeus, atualmente conhecida como Liga dos Campeões.

Mais tarde, em 1966, o atleta atuou na Copa do Mundo na Inglaterra, representando a Seleção Portuguesa. Foi ali que conquistou reconhecimento mundial, ao marcar 9 gols e levar o país ao terceiro lugar.

Na primeira fase, fez dois gols na vitória contra o Brasil - em um jogo que Pelé foi duramente marcado. Conhecido por sua destreza em campo, o jogador foi o maior marcador da competição naquele ano, recebendo o prêmio de Bola de Ouro - conquista repetida em 1968.

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