Dizem que todas as histórias tem início, meio e fim. Mas a trajetória que o Rei do Futebol escreveu com a ponta dos pés, está longe de ter um ponto final

O Nascimento

Foi em Três Corações, uma cidadezinha do interior de Minas Gerais, que nasceu uma criança destinada a se tornar uma verdadeira lenda do futebol. Seu nome era Edson Arantes do Nascimento, o filho primogênito do casal Celeste e Dondindo, que o mundo conheceria mais tarde, como Rei Pelé.

Pelé
Pelé na escola - Reprodução

Desde muito jovem, Pelé mostrou um talento extraordinário para o futebol. A bola parecia obedecer a cada um de seus comandos como se fosse uma extensão de seu próprio corpo. A habilidade natural de driblar, a precisão de seus chutes e a visão única do jogo impressionaram a todos que o viam em ação.

Em 1951, Pelé calçou seu primeiro par de chuteiras jogando pelo Ameriquinha. O time inclusive venceu o jogo e ganhou o campeonato infantil de Bauru. 

Pelé
Créditos: Acervo Museu do Futebol

Ele impressionou, e o técnico Waldemar de Britto o levou para outro time da cidade, o Clube Atlético Bauru. Pouco depois, o mesmo Waldemar, o encaminhou para o início da sua lendária trajetória no Santos.

O início de Pelé no Santos

O ano de 1956 foi crucial para Pelé, pois aos 15 anos, ele foi contratado pelo Santos Futebol Clube, um dos maiores clubes brasileiros da época. Foi nesse momento que começou a brilhar e se tornou uma sensação em campo. 

Sua estreia como profissional aconteceu em 7 de setembro de 1956. Ele entrou no segundo tempo e marcou seu primeiro gol na partida de um torneio amistoso contra o Corinthians de Santo André.

Pelé
Créditos: Acervo Museu do Futebol

A ascensão meteórica de Pelé continuou, e ele rapidamente se estabeleceu como uma estrela no futebol brasileiro. Em 1958, aos 17 anos, Pelé conquistou seu primeiro título importante com o Santos, vencendo o Campeonato Paulista, o torneio estadual de São Paulo. 

Ao longo de sua passagem pelo Santos, Pelé se tornou o maior artilheiro da história do clube, com a camisa 10, sua marca registrada, ele marcou mais de 1000 gols. O Rei também se destacou por sua capacidade impressionante de marcar em posições diferentes, seja como centroavante ou como atacante mais recuado.

Seleção Brasileira

Em 1958, com apenas 17 anos, Pelé viveu um dos momentos mais marcantes de sua carreira: foi convocado para a seleção brasileira que disputaria a Copa do Mundo na Suécia. 

Lá, ele brilhou intensamente e se tornou o jogador mais jovem a marcar um gol em uma final de Copa do Mundo. Seu desempenho foi essencial para levar o Brasil à vitória e conquistar o seu primeiro título mundial.

Mas a história de Pelé estava apenas começando. Nos anos 60, ele se consagrou como um verdadeiro gênio do futebol. Em 1962, Pelé ajudou o Brasil a conquistar seu segundo título da Copa do Mundo no Chile, embora tenha se machucado no segundo jogo da competição e tenha ficado fora do restante do torneio.

Auge absoluto foi a Copa do Mundo de 1970, no México. Pelé comandou uma Seleção Brasileira espetacular, repleta de craques, e levou o Brasil ao tricampeonato. Aquele foi o Mundial em que ele se consagrou como o único jogador a vencer as três Copas do Mundo. Sua atuação brilhante, com gols espetaculares e jogadas incríveis, marcou para sempre a história do futebol.

Pelé
Créditos: Acervo Museu do Futebol

 “Quando Pelé ia correndo, Pelé passava através dos adversários como um punhal. Quando parava, os adversários se perdiam nos labirintos que suas pernas desenhavam. Quando saltava, subia no ar como se o ar fosse uma escada. Quando cobrava uma falta, os adversários formavam a barreira e queriam ficar de costas, de cara para a meta, para não perder o golaço.” Eduardo Galeano, em “Futebol ao Sol e à Sombra”

 Pelé parou a Guerra

Outro capítulo que marca a história do Rei foi em 1969, quando uma Guerra parou, para o Santos jogar. A partida foi na Nigéria, país da África Ocidental que era palco de uma guerra separatista com a região de Biafra, motivada por disputas de poder entre os povos hauçá e igbo.

Pelé
Manchete de "A Gazeta Esportiva" sobre o Santos em 1969 - Reprodução

De acordo com relatos, para o time do Santos chegar ao local da partida em segurança, foi necessário um cessar-fogo. O governo então, teria decidido suspender a guerra para que Pelé e seus companheiros de equiepe pudessem se apresentar. O Alvinegro inclusive venceu a disputa por 2 a 1 sobre uma seleção nigeriana. 

 A Última Partida

Em 1971, Pelé já havia conquistado três Copas do Mundo com o Brasil (1958, 1962 e 1970) e tinha se estabelecido como uma lenda do futebol mundial. Foi aí que optou por se despedir da seleção brasileira após o amistoso contra a Iugoslávia, em 1971, diante de um Maracanã lotado de gente, e de emoção.

Em 1977, deu o seu adeus aos campos profissionalmente.  E o jogo não poderia ser diferente: New York Cosmos contra Santos, os únicos clubes que vestiu a camisa. Foi uma ocasião bastante simbólica, Pelé jogou um tempo por cada time. 

Pelé
Créditos: Acervo Museu do Futebol

O resultado? Não era o mais importante, pois o jogo foi mais uma celebração da lendária carreira de Pelé, que deixou a marca de maior artilheiro na última partida.

O Adeus

29 de dezembro de 2022, o dia que o futebol perdeu o seu Rei. Pelé morreu aos 82 anos, se sagrando como o maior jogador da história.A doença que o levou, se transformou no mais duro zagueiro que ele já enfrentou, o único pelo qual não conseguiu passar. 

Mas seu legado vai muito além do futebol, ele se tornou um símbolo de esperança, inspirando gerações de atletas e entusiastas do esporte ao redor do mundo. Edson morreu. Pelé, a lenda, viverá para sempre.

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