Marcas estão investindo cada vez mais na compra de naming rights
Você já ouviu falar em naming rights? A prática tem se tornado cada vez mais comum entre empresas, como uma estratégia de marketing capaz de alavancar sua influência e lucro.
Embora teatros, casas de show e cinemas também tenham adotado a estratégia, a venda de naming rights em estádios de futebol tem se apresentado como a “moda” do momento.
Quais os benefícios?
Traduzindo, o termo significa “direitos de nome”. Na prática, significa que marcas podem comprar os direitos para incluir seus nomes em locais específicos, com o objetivo de atingir o público que frequenta o ambiente.
Cada contrato apresenta cláusulas específicas, além de considerar fatores como características do local, potencial de negócio e até mesmo o contexto histórico no qual o local está inserido. Tudo isso contribui para a elaboração dos melhores acordos e estratégias de marketing.
Bastante comum nos Estados Unidos e em países da Europa, a estratégia já é utilizada há décadas também no Brasil - prova disso foi o clássico Credicard Hall, que por mais de duas décadas dominou a cena do entretenimento em São Paulo.
Apesar de não ser novidade, especialistas afirmam que a venda de direitos ainda é “embrionária” no país, com um grande potencial para crescer e gerar ainda mais publicidade e receita para as empresas envolvidas.
Athlético foi o primeiro a vender naming rights
No Brasil, o time do Athletico Paranaense foi pioneiro. Em busca de novas fontes de renda, em 2005, o Furacão anunciou a venda dos naming rights da Arena da Baixada para a empresa japonesa Kyocera Mita America.
Assim, o estádio passou a se chamar “Kyocera Arena” e a empresa desembolsou 1,5 milhão de dólares por ano, até o fim do contrato em 2008.
Passados 15 anos, em 2023, o Athletico voltou a vender os direitos de nome do estádio, agora para a Ligga Telecom, o que fez a Baixada ser rebatizada para “Ligga Arena”.
Com isso, o objetivo foi fazer com que o espaço fosse preparado para outros grandes eventos, transformando-o em uma arena multiúso.
Negócio milionário
Para se ter ideia, cerca de um terço dos estádios de times do Brasileirão já contam com acordos de naming rights, a exemplo do São Paulo (MorumBis), Corinthians (Neo Química Arena), Palmeiras (Allianz Parque), Athletico PR (Ligga Arena) entre outros.
Um dos maiores acordos fica com o estádio do Morumbi, que passou a ser chamado de MorumBis após contrato fechado com a Mondelez - que desembolsa cerca de R$ 25 milhões por ano.
Além disso, também vale mencionar os contratos com o Pacaembu - que teve seus naming rights vendidos para o Mercado Livre e passou a ser chamado de Mercado Livre Arena Pacaembu, e a Arena Palmeiras, que passou a ser chamada de Allianz Parque
Flamengo pode receber R$ 1 bilhão por naming rights
Ainda em meio a negociações e rumores que envolvem a construção de um novo estádio, o Flamengo sonda a possibilidade de receber cerca de 1 bilhão pela troca de naming rights, dentro do período de 25 anos.
O valor integra o plano para captar recursos, já que a estimativa é que a construção do estádio tenha um investimento entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões. A nova casa Rubro-Negra será no Gasômetro, no centro do Rio de Janeiro.
Confira os detalhes sobre acordos com os maiores times do país
Pacaembu
- Novo nome: Mercado Livre Arena Pacaembu
- Empresa responsável: Mercado Livre
- Data de aquisição: janeiro 2024
- Valor anual: R$ 33 milhões
Morumbi
- Novo nome: MorumBis
- Empresa responsável: Mondelez (Bis)
- Data de aquisição: janeiro 2024
- Valor anual: R$ 25 milhões
Mané Garrincha
- Novo nome: Arena BRB Mané Garrincha
- Empresa responsável: BRB
- Data de aquisição: janeiro de 2022
- Valor anual: R$ 2,5 milhões
Arena da Baixada
- Novo nome: Ligga Arena
- Empresa responsável: Ligga Telecom
- Data de aquisição: junho de 2023
- Valor anual: R$ 13,3 milhões
Arena Corinthians
- Novo nome: Neo Química Arena
- Empresa responsável: Neo Química
- Data de aquisição: setembro de 2020
- Valor anual: R$ 15 milhões
Arena Atlético-MG
- Novo nome: Arena MRV
- Empresa responsável: MRV
- Data de aquisição: setembro de 2017
- Valor anual: R$ 6 milhões
Arena Palmeiras
- Novo nome: Allianz Parque
- Empresa responsável: Allianz
- Data de aquisição: junho de 2013
- Valor anual: R$ 15 milhões
Arena Fonte Nova
- Novo nome: Itaipava Arena Fonte Nova
- Empresa responsável: itaipava
- Data de aquisição: abril de 2013
- Valor anual: R$ 10 milhões
Foto de capa: Imagem ilustrativa/ Pexels