Conheça a trajetória do "Galinho de Quintino", o gênio das quatro linhas que encantou gerações.

Ele foi o maior ídolo da história do Flamengo. Maior jogador brasileiro da década de 80. Jogou tudo que sabia e mais um pouco em seu time do coração, além de conquistar os títulos mais importantes da história do rubro-negro. Ele é Arthur Antunes Coimbra, ou simplesmente Zico, o Galinho de Quintino, o inesquecível gênio de jogadas fenomenais, que ainda inspira gerações.

Os Primeiros Passos nos Gramados

É difícil falar de futebol sem associar a maestria do maior artilheiro da história do Maracanã. Ao nascer em 3 de março de 1953 no Rio de Janeiro, Arthur Antunes Coimbra mal sabia o destino que teria traçado por seu pai, imigrante português da cidade de Tondelas, “seu” Antunes comprava um uniforme completo do clube de regatas do Flamengo e da Seleção Brasileira, para cada filho homem que nascia.  

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A família Antunes Coimbra, na casa de Quintino. Foto/Reprodução

Foi assim com Zeca, Edu, Nando, Tonico e com Arthur, cuja tia o chamava de Artuzico, e que logo passou a ser apelidado de Zico. Já o Galinho de Quintino, como ficou conhecido,  era por conta de seu corpo pequeno e franzino.

Mas Zico, desde pequeno, chamava atenção pela habilidade com a bola, ele integrava o time do Juventude de Quintino, formado por amigos e familiares. Foi pelas suas atuações no próprio Juventude que o radialista Celso Garcia, motivado por um amigo, decidiu levá-lo para um teste no Flamengo em 1967.

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O menino Arthurzico com os garoros na rua em Quintino em 1956. Foto/Reprodução

Início no Flamengo

O técnico paraguaio Modesto Bria, não acreditou muito no físico franzino de Zico, mas por fim deu a ele uma oportunidade. Iniciava-se ali a história de amor entre Zico e o Flamengo. A técnica dele já era notável nas categorias de base, mas o porte físico, excessivamente frágil, ainda incomodava.

Foi então que George Helal, futuro presidente do Flamengo, tomou uma iniciativa. Decidiu colocar Zico num programa de fortalecimento muscular para tornar seu corpo mais resistente ao esforço dentro de campo. 

Deu certo e Zico subiu para o time profissional do Flamengo em 1971. Mas, a jovem revelação flamenguista teve uma grande decepção, a primeira de sua carreira, ao não ser convocado pelo técnico Antônio Ferreira para a seleção olímpica que disputou os jogos de 1972 em Munique. Pior, Zico não recebia muitas oportunidades entre os titulares. Mas sua sorte mudaria em 1973, quando o técnico Joubert de Carvalho começou a escalá-lo.

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Zico no Flamengo. Foto/Reprodução

Jogando no meio-campo, Zico enfim se tornou indispensável ao Flamengo. Já em 1974, foi destaque tanto na campanha que o levou ao título carioca, como também no campeonato brasileiro, recebendo a bola de ouro da revista Placar como melhor jogador do torneio.

Presença na Seleção Brasileira

E em 1976, enfim, ganhou sua primeira chance na seleção brasileira e se destacou na conquista da taça do bicentenário dos Estados Unidos. Principalmente, ao marcar o gol do título da Taça Rio Branco, garantindo vitória por 2 a 1 sobre o Uruguai, em pleno estádio centenário, em Montevidéu.

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Foto: Reprodução de internet

Mas foi 1978, o ano em que Zico brilhou de verdade. Não pela seleção brasileira: mesmo convocado para a Copa do Mundo e começando como titular, Zico perdeu o lugar no time após a segunda partida no mundial.

Mas pelo Flamengo, começando com a conquista do título carioca, e em 1979, mais duas conquistas nos dois campeonatos cariocas daquele ano. E, finalmente, em 1980, veio o primeiro título brasileiro do Flamengo, com Zico sendo o grande destaque, recebendo mais uma bola de prata e outra de ouro da Placar.

Em 1981 Zico consolidou-se como um dos grandes destaques da seleção brasileira. Tanto nas eliminatórias para a copa do mundo, quanto em amistosos, como na vitória por 1 a 0 contra a Inglaterra, quando fez o gol da vitória.

Mas isso parecia pouco, diante do que fez pelo Flamengo. Foi um dos protagonistas do título na copa libertadores da américa, marcando dois gols na partida decisiva contra o cobreloa do chile.

Trajetória de Sucesso

No mundial interclubes, não fez gol, mas foi fundamental para a vitória flamenguista contra o Liverpool da Inglaterra. De quebra, tornou-se o maior artilheiro da história do clube, chegando a 520 gols. O ano de 1982 seria bastante saboroso nas memórias de Zico.

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Mais um título brasileiro para o Flamengo, outra bola de prata e de ouro pela revista Placar, e uma boa participação na copa do mundo. Já 1983 traria o “fim” da primeira fase de Zico no Flamengo: a história de amor foi interrompida com a transferência para a Udinese, da Itália.

Apesar do sucesso no time italiano, sendo um dos artilheiros na temporada 1983/1984 do campeonato daquele país, Zico enfrentou problemas, chegando até a ser processado e ter a prisão decretada pela justiça italiana, por suposta sonegação de impostos em assinatura de contrato com a Udinese.

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Em 1988 veio a absolvição, com a prova de que o contrato era apenas uma extensão de um primeiro compromisso com a Udinese. Mas o desgaste fez com que Zico se decidisse pela volta ao Flamengo, em 1985, custeada por um conjunto de patrocinadores.

A alegria do retorno ao clube foi interrompida em 29 de agosto de 1985: naquele dia, Zico sofreu uma falta séria de Márcio Nunes, zagueiro do Bangu. Ele lesionou o joelho esquerdo em vários lugares e teve que dar uma pausa dos campos.

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Zico, lesão. Foto: Reprodução de internet

Em 1986 voltou num clássico contra o Fluminense pelo campeonato carioca, no qual marcou três vezes na goleada por 4 a 1 do Flamengo. Um trabalho forte de recuperação muscular permitiu a Zico ser convocado para a Copa do Mundo e entrar em algumas partidas.

O Galinho de Quintino, ainda sofrendo bastante com as lesões no joelho, passou por mais uma operação em 1986 nos Estados Unidos. Ele chegou a ter atrofia muscular, pelo tempo de recuperação.

Ainda assim, Zico se recompôs e voltou aos gramados em 21 de junho de 1987, num jogo contra o Fluminense pelo campeonato carioca. Conseguiu jogar entre os titulares, consagrando-se com a conquista de mais um campeonato brasileiro, e recebendo mais uma bola de prata.

Zico seguiu como verdadeira bandeira flamenguista até 1989, quando o momento de parar se aproximava para marcar o fim de uma fase. Ele iniciou sua despedida do futebol. Primeiro, num amistoso pela seleção brasileira, em Udine, contra um combinado de jogadores de vários países.

Ainda jogou o campeonato brasileiro pelo Flamengo, marcando um gol em sua última partida como profissional, que terminou em 5 a 0 contra o Fluminense.

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O Legado de Zico

Em 1990 fez seu jogo final pelo Rubro-Negro. Mas a despedida dos gramados durou pouco. Em 1991, após uma rápida passagem como secretário de esportes do governo federal e outra como comentarista de TV, torcedores e imprensa foram surpreendidos com a notícia de que Zico havia assinado com o sumitomo do japão, para um trabalho de desenvolvimento do esporte no país.

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Em 1994 Zico decidiu pelo encerramento definitivo da carreira de jogador. De volta ao Brasil, o ex-jogador fundou o centro de futebol Zico, que se tornou uma equipe profissional, disputando campeonatos de divisões inferiores no Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

Em 2002, iniciou a carreira de técnico, na seleção do japão, depois, ainda passou pela Turquia, Uzbequistão, Rússia, Grécia e também pela seleção do Iraque, de onde saiu em 2012.

Arthur Antunes Coimbra, mas pode chamar de Zico, o maior ídolo da história do Flamengo. Conquistou sete vezes o título estadual, três vezes o campeonato brasileiro, além da libertadores da américa e do mundial interclubes.

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Zico para sempre. Foto: Reprodução de internet

Ele é o maior artilheiro da história do Flamengo com 508 gols em 731 jogos, e ídolo de uma nação com mais de 35 milhões de torcedores espalhados pelo país. Deixou sua marca 333 vezes no Maracanã, um recorde que ainda não foi quebrado por nenhum outro jogador. O Galinho de Quintino marcou época, fez história, colecionou títulos e é um gênio imortal. 

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