Com contratações bilionárias, eles estão atraindo os principais nomes do Futebol para sua liga. Hoje, você vai descobrir tudo que está por trás dessas movimentações.

Eles estão roubando a cena no futebol e fechando contratações bilionárias. A Arábia Saudita não está poupando dinheiro, quando o assunto é atrair as principais estrelas do futebol para sua liga. 

Mas como tudo isso começou? Por que passaram a se interessar tanto por celebridades do esporte? Faz tudo parte de um plano?  Hoje, nós vamos falar sobre tudo que está por trás dessas contratações absurdas e o que eles pretendem com isso. 

Principais Contratações

Não é novidade nenhuma que os sauditas esbanjam dinheiro. Afinal, Arábia Saudita é a maior força econômica do Oriente Médio e o mais rico dos países árabes. O país é o único no mundo a possuir poços gigantes de petróleo e, ao lado do Irã, Iraque e Emirados Árabes Unidos, é o maior produtor petrolífero do planeta.

E quanto maior a riqueza, maior a possibilidade de grandes gastanças. Inclusive, saiu um relatório na imprensa, que só na categoria “luxo”, os gastos dos Sauditas giram em torno de uns 70%.

Mas o fato é que querem expandir seus negócios, para além do petróleo, investindo em esporte. Pra vocês terem uma ideia, a Liga da Arábia movimentou no futebol, até então, mais de três bilhões de reais.

E a primeira grande estrela do futebol a ir para a Arábia e dar mais notoriedade à liga de lá, foi Cristiano Ronaldo. O acordo feito para o craque, prevê que ele ganhe quase um bilhão de reais por ano. Quem também está na Liga Saudita é Benzema. Ele anunciou sua saída do Real Madrid, para assinar com o clube Al-Ittihad e vai receber cerca de 500 milhões de reais por ano.

Arábia Saudita
Imagem: Foto Reprodução

E a última contratação que movimentou o universo do futebol, foi a do Neymar. Ele estava em uma verdadeira novela com o PSG e seu futuro por lá era incerto. Mas, finalmente a história teve um fim, o clube francês acertou a venda do craque, para o Al-Hilal. De acordo com a imprensa, ele vai receber uma bagatela de 800 milhões de reais por ano, na equipe de Jorge Jesus.

Arábia Saudita
Crédito: Al-Hilal/Twitter

Inclusive, tentaram uma proposta de mais de um bilhão de reais para Mbappe, que foi a maior do mundo do futebol, porém, ele não aceitou. 

Investimento Público

Mas de onde surge todo o dinheiro para essas contratações? Bom, diferente do Brasil, onde a verba vem dos direitos de transmissão, venda dos jogadores, patrocínios e bilheterias, na Arábia, a maior fonte de financiamento do futebol saudita é o próprio governo. Até porque, os quatro principais clubes na verdade, pertencem ao governo.

Em junho, o FIP, que é o fundo de investimentos públicos da Arábia Saudita, comprou os clubes da elite de lá: Al-Nassr, Al-Ittihad, Al-Hilal e Al-Ahli, foi aí que os times se transformaram em empresas do fundo da monarquia saudita.Ou seja, tudo é planejado,o objetivo é transformar a Liga Árabe, em uma das dez melhores do mundo. 

Arábia Saudita
Crédito: Al-Hilal/Twitter

MLS na Briga 

Quem também entrou na jogada foi para ser a grande mega do futebol, foi a MLS (Major League Soccer), que é o nível mais alto do futebol profissional dos Estados Unidos e Canadá e contrataram recentemente, Lionel Messi.

O argentino tomou a decisão de não renovar com o PSG, estava livre no mercado e acabou optando por jogar no Inter de Miami, dos Estados Unidos. A contratação de Messi envolveu negociações com empresas influentes no mundo todo, como a Adidas e a Apple, e isso é claro, levou o clube para um outro nível.

MLS
Messi venceu o primeiro título pelo Inter Miami e chegou a 43 campeonatos na carreira — Foto: CHANDAN KHANNA / AFP

Inclusive no quesito engajamento e visibilidade. As redes sociais do clube, por exemplo, tinham um pouco mais de um milhão de seguidores, e depois da chegada de Messi, eles já bateram mais de 13 milhões. E pra quem não sabe, eles contam com um super aporte financeiro do ex-jogador David Beckham.

A equipe escolhida pelo craque, de fato não tem muita tradição no futebol, mas ele foi para lá com a missão de elevar o patamar da liga estadunidense. E provar que nem só de basquete e beisebol se vive os americanos.

"Crise" no Futebol Europeu

Mas enquanto a MLS dá pequenos passos para conquistar uma grande visibilidade, a Arábia Saudita já está com tudo planejado e estão dispostos a tudo. Inclusive, se aproveitar de uma certa “crise” no futebol europeu, por conta dos casos de racismo e xenofobia que aconteceram nos últimos tempos.

Um exemplo bem triste e o mais recente, foi o caso do Vinícius Júnior, na partida do Valência contra o Real Madrid. Na ocasião, torcedores do Valencia chamaram  Vinicius de macaco, desde a chegada do ônibus ao estádio. 

E durante o jogo, só piorou. Vini chegou a apontar dois torcedores que estavam cometendo racismo contra ele, para a arbitragem, e logo no finalzinho da partida, depois de uma confusão entre os jogadores das equipes, Vinicius, vítima de racismo e de um mata-leão de um dos atletas, acabou sendo expulso.

Esporte
Vinicius foi alvo de ataques racistas em jogo da La Liga Photo by Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images

Depois do jogo, a repercussão foi gigantesca e a revolta tomou conta do público em geral. Em um post nas redes sociais, Vini deu a entender que poderia até deixar a Espanha, por conta do ocorrido e de a La Liga não ter se posicionado perante ao fato. E vale lembrar que não é só um caso isolado, Neymar, Richarlyson, Éder Militão, também foram vítimas.

A Liga Saudita pegando um gancho na revolta dos jogadores, não poupam esforços e fazem as propostas bilionárias. O fato é que eles querem deixar de ser coadjuvante nessa história e virarem os protagonistas.

Visão 2030

Mas qual o verdadeiro objetivo dos árabes? A ideia por trás de tudo isso é usar o futebol pra limpar a imagem do país, que é conhecido no mundo todo como antidemocrático, homofóbico, machista, etc. Para se ter uma ideia, durante muito tempo, as mulheres precisavam pedir permissão para fazer coisas simples, como ir ao supermercado, estudar, dirigir um carro.

Arábia Saudita
(Reuters/VEJA)

Outro fato é que só em 2015, elas passaram a ter direito ao voto, e mais tarde, em 2019, elas tiveram o direito de ter um passaporte, e de morar sozinhas. E em relação a homofobia, não é necessário se prolongar muito, já que lá, ser homossexual é crime.

E daí vem o investimento no futebol, eles querem simplesmente melhorar o modo como o mundo inteiro os enxergam. Tudo faz parte de um projeto bem ambicioso do governo chamado “visão 2030”. E estamos falando em futebol, o esporte mais popular do planeta, sem dúvida, tem muita força para cumprir esse objetivo.

Mas será que eles vão conseguir competir com o futebol europeu? Por enquanto, o que se sabe é que a Europa segue soberana quando se trata de poder financeiro e competitivo. E para se tornar uma verdadeira estrela dos gramados e fazer história, é preciso ter uma carreira consolidada no velho continente.

 

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